sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MULHER


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível,

me ofereço como piloto de testes.

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.

A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer,

como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou:

trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.. Cinco dias!

Tempo para uma massagem..

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza..

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga.

Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir.

Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo.

Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Falando com Deus


Acalme meu passo, Senhor.

Desacelere as batidas do meu coração, acalmando minha mente.

Diminua meu ritmo apressado com uma visão da eternidade do tempo.

Em meio às confusões do dia a dia, dê-me a tranqüilidadedas montanhas.

Retire a tensão dos meus músculos e nervos com a música tranqüilizante dos rios de águas constantes que vivem em minhas lembranças.

Ajude-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias: reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor, papear com um amigo,afagar uma criança, ler um poema, ouvir uma música preferida.

Acalme meu passo, Senhor,
para que eu possa perceber no meio do incessante labor cotidiano dos ruídos, lutas,alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração.

Acalme meu passo, Senhor,
para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar-me para escutar a Tua voz.

Acalme meu passo, Senhor,
e inspire-me a enterrar minhas raízes no solo dos valores duradouros da vida, para que eu possa crescer até as estrelas do meu destino maior.

Obrigado Senhor,
pelo dia de hoje, pela família que me deste, meu trabalho e sobretudo

pela Tua presença em minha vida.


Desconheço o autor

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

VAMOS SER FELIZES


Conta uma popular lenda do Oriente, que um jovem chegou a beira de um

oásis, junto a um povoado e aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:

- Que tipo de pessoas vive neste lugar?

- Que tipo de pessoa vive no lugar de onde voce vem?

Perguntou por sua vez o anciao.

- Oh! Um grupo de egoístas e malvados, replicou-lhe o rapaz;

- estou satisfeito de haver saído de lá.

A isso o velho replicou: - a mesma coisa voce haverá de encontrar por

aqui.

No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo

o anciao perguntou-lhe:

- Que tipo de pessoa vive por aqui?

O velho respondeu com a mesma pergunta:

- Que tipo de pessoa vive no lugar de onde voce vem?

O rapaz respondeu:

- Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras.

Fiquei muito triste por ter de deixá-las!

- O mesmo encontrará por aqui, respondeu o anciao.

Um homem qua havia escutado as duas conversas, perguntou ao velho:

- Como é possível dar respostas tao diferentes a mesma pergunta?

Ao que o velho respondeu:

- Cada um carrega no seu coraçao o meio ambiente em que vive.

Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, nao poderá encontrar outra coisa por aqui.

Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui.

Somos todos viajantes no tempo e o futuro de cada um de nós está escrito

no passado; ou seja, cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz

dentro de si mesmo.

O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende

de nós mesmos."